quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Na experiência atual


A evoluçao é a transição do ser da condição de escravo à condição de senhor do próprio destino.

Almas milenarmente necessitadas, somos agora discípulos do bem. E ainda no estágio da experiência atual, por vezes, inconscientes e distraídos, se aprendemos, fazemos segredos do que sabemos; se ganhamos, erguemos o monopólio do que temos; se nos emocionamos, disfarçamos o que sentimos em prejuízo dos semelhantes.

Por isso, freqüentemente, nossos espiritos, cegos - não vêem as bençãos da Providência; surdos - não olvem as vozes que cascateiam da Altura; mudos - não confessam as próprias faltas.

Cumpre-nos considerar, entretanto, que ninguém adita um milímetro de imperfeição perene à obra Imperecível de Deus, da qual participamos inevitavelmente, desde que fomos criados, porquanto, toda manifestação impura tem duração de um átimo, à frente da Eternidade.

Desse modo, não te amofines quanto às condições difíceis em que te encontras, na romagem terrestre, sejam elas quais forem.

Se a Lei concede o corpo conforme o espírito, não olvides que as melhores posições, perante o mundo, são aquelas que nos oferecem as inibições físicas, as dificuldades de nascimento, as heranças fisiológicas de amargo teor, as lutas e obstáculos icessantes, as adversidades e provações sucessivas, pois somente no circulo dessas desvantagens aparentes é que superamos os nossos antigos defeitos morais e nos candidatamos às estâncias Resplandecentes da Vida Maior.

Estuda as tuas facilidades do momento que passa. Quase sempre a obsessão entra na vida humana de braços dados com elas...

Se trazes a consciência arpoada pelo remorso, não te entregues inerme ao aguilhão com que te prende a cabeça. Busca refazer o destino, ajudando os outros, hora após hora, sem te esqueceres de que o sorriso é o idioma internacional, o gemido também o é...

E auxiliando, age com presteza, de vez que o remédio que chega atrasado, torna-se fraco para combater a doença que já progrediu...

Auscultemos intuitivamente o báratro do pretérito, no pélago de nós mesmos, pois a culpa, em forma de tentação, se nos imiscui no presente, até o resgate final dos próprios débitos, contudo ainda, assim, arrima-te no trabalho e asserena-te na esperança, porque, mesmo nas mais densas trevas, ninguém vive órfão da Solidariedade Divina.


Lameira de Andrade.

(Página do livro "Ideal Espírita", psicografia de Francisco Cândido Xavier. Editora Comunhão Espírita Cristã. Uberaba MG, 2005)