"Prossigo para o alvo..." Paulo (Filipenses, 3:14)
Encontras o semblante amargo da solidão no momento em que as circunstâncias te compelem a deixar o conhecido.
Supõe que a construção de toda a existência desaba sobre ti mesmo, como se a ausência da moldura familiar te rasgasse o quadro da própria alma.
Corações amigos, atrídos por outras sendas, abandonaram-te os ideais; pessoas queridas deixaram-te a sós; aposentaram-te a distância do trabalho de muitos anos, ou a morte, de passagem, ceifou o sorriso dos companheiros que te eram caros...
Sentes, por vezes, que estás deixando para trás tudo o que te parece mais valioso, entretanto, não mais é verdade.
Basta jornadeies corajosamente adiante e, buscando expressar-te em novas formas, reconhecerás que o amor e o trabalho são mais belos em teu carinho.
Compreenderás, então, que podes adicionar novas parcelas de alegria à felicidade dos que mais amas e que podes servir com mais entendimento às aspirações que te inspiram a marcha.
Se a vida te apresenta a fisionomia triste da solidão, recorda a própria imortalidade e não te detenhas.
O menino deixa a infância para entrar na mocidade, o jovem deixa a mocidade para entrar na madureza, o adulto deixa a madureza para entrar na senectude e o ancião deixa a extrema velhice para entrar no mundo espiritual, não como quem perde os valores adquiridos, mas sim prosseguindo para o alvo que as Leis de Deus nos assinalam a cada um...