segunda-feira, 24 de março de 2008

Alegria

Alegria como experiência de religiosidade é um valor que não tem preço. Essa sensação da alma, mais do que qualquer coisa, contagia e abranda o coração dos homens.

A maioria das pessoas tem uma visão distorcida da alegria, pois a confunde com festas frívolas e divertimentos que provocam sensações intensas, risos exagerados; enfim, satisfações puramente emocionais.
Aliás, não há nada de errado em ser jovial, bem humorado, festivo e risonho. Sentir as emoções terrenas inclui-se entre as prerrogativas que o Criador destinou a suas criaturas. Vivenciar a normalidade das sensações humanas é um processo natural estabelecido pela Mente Celestial.
Talvez as religiões fundamentalistas tenham mesclado as idéias contidas nas palavras alegria e tentação. Na realidade, o Mestre ensinava a seus seguidores que vivessem com alegria. “Eu vos digo isso para que a minha alegria esteja em vós”, diz Jesus, “e vossa alegria seja plena” ¹.
A verdadeira alegria está associada à entrega total da criatura nas mãos da Divindade, ou mesmo à aceitação de que a Inteligência Celestial a tudo provê e socorre.
È a confiança integral em que tudo está justo e certo e a convicção ilimitada nos desígnios infalíveis da Providencia Divina.
A palavra aleluia tem origem no hebreu “hallelu-ya” e significa “louvai com júbilo o Senhor”. Tem sido usada como cântico de alegria ou de ação de graças pela liturgia de muitas religiões a fim de glorificar a Deus. A designação “sábado de aleluia”, utilizada pela Igreja Católica, tem como fundamento a exaltação à alegria, visto que nesse dia se comemora o reaparecimento de Jesus Cristo depois da crucificação.
Viver em estado de alegria é estar plenamente sintonizado com nossa paternidade divina, através das mensagens silenciosas e sábias que a Vida nos endereça.
A “entrega a Deus” é a base de toda a felicidade. No entanto o problema reside em algumas religiões que recomendam a “entrega” não a Deus, mas a mandatários ou representantes “divinos”, ou mesmo a congregações doutrinarias que impõem obediência e subordinação a seus diretores.
Condutas semelhantes acontecem em seitas ou em grupos dissidentes de uma religião, em que há uma entrega incondicional dos adeptos ao líder religioso e que resulta, inicialmente, numa suposta sensação de alegria e satisfação.
Na realidade, quando existe subordinação na nossa “entrega a Deus”, ela não pode ser considerada real, pois, mais cedo ou mais tarde, a criatura vai notar que está encarcerada intimamente e que lhe falta a verdadeira comunhão com o Criador.
Viver em “estado de graça” ou em “comunhão com Deus” é estar perfeitamente harmonizados com nossa natureza espiritual. É a alegria de repetir com Jesus Cristo: “Eu estou no Pai e o Pai está em mim”².
A felicidade é um trabalho interior que quase nunca depende de forças externas. Deus representa a base da alegria de viver, pois a felicidade provém da habilidade de percebermos as “verdadeiras intenções” da ação divina que habita em nós e do discernimento de que tudo o que existe no Universo tem sua razão de ser.
O homem carrega na sua consciência a lei de Deus ³, afirmam os Espíritos Superiores a Allan Kardec. “Alei natural é a lei de Deus e a única verdadeira para a felicidade do homem. Ela lhe indica o que deve fazer e o que não deve fazer, e ele não é infeliz senão quando se afasta dela” ¹¹.
Alegria como experiência de religiosidade é um valor que não tem preço. Essa sensação da alma, mais do que qualquer outra coisa, contagia e abranda o coração dos homens.
“Ninguém fica feliz por decreto”; sente imensa satisfação apenas quem está iluminado pela chama celeste. Rejubila-se realmente aquele que se identificou com a Divindade e descobriu que “a lei natural é a lei de Deus e a única verdadeira para a felicidade do homem”.
A alegria espontânea realça a beleza e a naturalidade dos comportamentos humanos. Cultivar o reino espiritual em nós facilita-nos a aprendizagem de que a alegria real não é determinada por fatos ou forças externas, mas se encontra no silencio da própria alma, onde a inspiração divina vibra incessantemente.
¹ João, 15:11
² João, 14:11
³ Questão 621 de "O Livro dos Espíritos"
¹¹ Questão 614 de "O Livro dos Espíritos"

(Página extraída do livro "Os Prazeres da Alma", pelo espírito Hammed, psicografia de Francisco de Espírito Santo Neto. Boa Nova Editora, 2003)


domingo, 9 de março de 2008

O Instrumento


Onde estiveres, agradece ao Senhor o instrumento da purificação.
Ninguém vive sem ele.
Aqui é o esposo de trato difícil. Além é a companheira de presença desagradável.
Acolá é o filho rebelde.
Mais além, é a filha inconseqüente.
Hoje é o amigo que se confiou à incompreensão.
Amanhã será o chefe áspero.
Depois será o subalterno distraído.
Agora é o companheiro que desertou.
Mais tarde, será o adversário compelindo-te a aflição.
Silencia, aproveita e segue adiante.
A pedra recebe do martelo que a estilhaça a dignidade com que se faz útil à construção.
O metal deve a pureza que lhe é própria ao cadinho esfogueante que o martiriza.
Não olvides que o corpo é o santuário de possibilidades divinas em que temporariamente te refugias para recolher a lição do progresso.
Cada caminho cede lugar a outro caminho.
Cada experiência conduz à experiência maior
Toda luta é pão espiritual e toda dor é impulso à sublime ascensão.
Aprendamos, pois, a entesourar os dons da vida, respeitando os ensinamentos que o mundo nos impõe, na certeza de que, entre a humildade e o trabalho, alcançaremos, um dia, os cimos da glória eterna.

Scheilla
(Médium Francisco Cândido Xavier)

Importante

Não tens o que possuis,
Tens aquilo que dás.

Acima do que sabes,
Vale aquilo que és.

Sobre a própria palavra,
Olha as ações que crias.

Mais além do que podes,
Importa o que toleras.

De tudo quanto crês,
Vales mais o que fazes.

Em tudo em quanto sofras,
Guarda a fé viva em Deus.
Emmanuel
(Do livro "Espera Servindo", Francisco Cândido Xavier. Edições GEEM)

Com Jesus

Seguindo com Jesus,
Nada temas. Trabalha.

Não te omitas. Ajuda.
Não te perturbes. Ama.

Não condenes. Ampara.
Não te ofendas. Esquece.

Não te queixes. Caminha.
Não depredes. Constrói.

Não critiques. Instrui.
Não pares. Serve sempre.

Se o mal te desafia.
Com Jesus, vencerás.
Emmanuel
(Do livro "Hora Certa", Francisco Cândido Xavier. Edições GEEM)

Cultura Espírita

Estejamos atentos à benção da caridade, por intermédio das migalhas de luz.
Desenvolve-se a plantação, semente a semente.
Ergue-se a casa tijolo a tijolo.
Constitui-se a mais bela sinfonia, nota a nota.
Agiganta-se o rio, gota a gota.
Levanta-se o mais alto poema, verso a verso.
Surge a história palavra a palavra.
Edifica-se a estrada mais longa, metro a metro.
Desdobra-se o tecido, fio a fio.
E o próprio século não pé mais que larga faixa de tempo, a estruturar-se, minuto a minuto.
Assim também é a obra da inteligência.
Doemos à expansão da luz as nossas melhores forças, conscientes de que o esclarecimento, quanto aos nossos princípios, se realizará, de coração a coração, através de página a página e de que a cultura espírita, capaz de operar a renovação do mundo, se fará de livro a livro.
Emmanuel
(Do livro "Caminho Espírita", Francisco Cândido Xavier. Editora IDE)

Serve e caminha

Não hesites. Inicia a jornada do serviço ao próximo, onde estiveres.
Faze algo. Desfaze-te de algum pertence a benefício de alguém com necessidades maiores do que as tuas.
Alivia os obstáculos em que algum enfermo encontre.
Age em favor de alguma criança sem proteção.
Estende, pelo menos, essa ou aquela migalha de apoio às mães desvalidas.
Afirma-nos o Evangelho que a fé sem obras é morta.
Sonha e mentaliza, mas serve e caminha.
Emmanuel
(Do livro "Linha 200", Francisco Cândido Xavier. Editora CEU)